ASSISTÊNCIA
Cerca de 200 pacientes são beneficiados com atendimento do ambulatório pé diabético de Imperatriz
Acompanhamento e orientações preventivas do projeto evitam em até 80% perda/amputação de membros
Publicado em: 29/01/2021 por Maria Almeida
Todo paciente diabético, geralmente após 08 a 10 anos convivendo com a doença não tratada, dentre eles o pé diabético, complicação da doença caracterizada por uma ferida (úlcera) nos membros inferiores, agravada por uma infecção. Essa complicação se não tratada da forma correta, pode facilmente evoluir para uma amputação.
Em Imperatriz, o projeto Pé Diabético, coordenado pela cirurgiã vascular Luanda Dantas, e tem evitado o avanço destas complicações. Ele existe há 12 anos e funciona na estrutura da saúde pública do município. Atendimentos são feitos no Centro Médico Municipal, na Rua Luís Domingues, S/N – Centro, anexo ao prédio do Hospital Socorrinho.
A equipe de atendimento é composta por cirurgiões vasculares, enfermeiras e técnicas vinculadas ao quadro de profissionais da Prefeitura.
Lá, são atendidos de 25 a 30 pacientes por dia, totalizando de 150 a 200 por semana. Estas pessoas são beneficiadas com procedimentos, consultas especializadas, curativos, e pequenas cirurgias. No ambulatório são dadas orientações preventivas sobre uso de medicação, cuidados, tratamento, curativos, alimentação correta, importância do acompanhamento periódico e uso correto de sandálias.
“Nosso objetivo maior é dar atenção integral ao pé diabético, tratando a doença de forma precoce para evitar agravamento do paciente” – explica Luanda. Ela ressalta que antes do projeto os pacientes pé diabéticos já chegavam ao Socorrão em estágio muito avançado, com necrose e ferimentos graves, permanecendo internados por muito tempo.
“Com o ambulatório diminuímos esse percentual. A estatística apontava que de 100 pacientes pé diabéticos, 80 perdiam o pé ou a perna. Agora não, com nosso acompanhamento eles conseguem se cuidar melhor e evitar perda de membros” – explica a médica.
Um dos beneficiados é o aposentado Raimundo Gaudino, que começou a ser atendido no Centro este ano, e confessa: “Eu nunca me preocupei com a diabetes. Comia e bebia de tudo, mesmo sabendo que tinha a doença. Há pouco tempo que comecei ter cuidados, depois que comecei ser acompanhado pelo ambulatório, eu venho direto, passo pela médica e faço meus curativos. Agora estou bem melhor” - disse.
Para Luanda, isso é muito gratificante, porque ela e sua equipe podem fazer uma medicina de qualidade, atendendo conforme protocolos internacionais. “Aqui eles não só são acompanhados, como fazem tratamento de acordo com seu quadro, o que melhora a qualidade de vida. O tempo de permanência deles em hospitais é bem menor. E assim a gente contempla a política da medicina dos Estados Unidos, que defende que cada dois dólares gastos com prevenção, evitamos gastar 10 dólares com tratamento” – pontua a cirurgiã.
Vale ressaltar que o atendimento é aberto a todos os pacientes. Eles precisam apenas ser encaminhados por uma Unidade de Saúde, seja da Atenção Básica ou Urgência e Emergência.