Saúde

JANEIRO ROXO

Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias passam por capacitação

Objetivo é detectar casos suspeitos de Hanseníase e encaminhá-los para o serviço de saúde

Publicado em: 20/01/2020 por João Rodrigues

Secretaria de Saúde

Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias passam por capacitação

Capacitação faz parte das atividades da campanha "Janeiro Roxo" (Foto: Assessoria)

Ações de combate à hanseníase no Município de Imperatriz terão reforço dos Agentes Comunitários de Saúde, ACS, e Agentes de Endemias. Como parte da programação da campanha “Janeiro Roxo”, esses profissionais passaram por treinamento de dois dias encerrado na última sexta-feira, 17, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, Semus. A partir desta semana poderão aplicar os novos conhecimentos nas visitas domiciliares.

"Janeiro Roxo" é uma campanha nacional que desenvolve ações durante todo o mês para conscientização sobre a Hanseníase. A falta de informação, pode levar a um diagnóstico tardio, o que compromete o tratamento. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, apresentam cerca de 30.000 casos novos de hanseníase por ano no Brasil.

Capacitação se deu por distritos sanitários, no primeiro dia para os agentes dos distritos 01 e 02 e no segundo dia para aqueles dos distritos 03 e 04, que compreendem todo o município. A convocação partiu da coordenação da Atenção Básica.

De posse das informações sobre como funciona o Programa de Hanseníase, os Agentes Comunitários e os Agentes de Endemias terão condições de detectar casos suspeitos da doença para encaminhamento ao serviço de saúde e colaborar com a busca ativa de pacientes de casos novos e faltosos, o que vai facilitar o diagnóstico precoce.

“Este treinamento é mais uma das atividades da Janeiro Roxo, que vai até o último dia do mês, sendo que daqui cada Unidade Básica de Saúde já fez sua própria ação”, disse Francisco Cutrim, coordenador do Programa Municipal de Controle da Hanseníase. .

Ele ressaltou ainda que um dos principais objetivo do treinamento foi explicar aos profissionais de saúde “que existe o mal de Hansen e um dos principais fatores de dificuldades é o preconceito e quando se entende, passa a se desmistificar e o queremos é que eles repassem isso para a população”.

Recém convocada pelo concurso recente, a ACS Ivani Salviano, lotada no bairro Itamar Guará, aprovou o treinamento voltado aos agentes.

“Particularmente eu acompanho três pessoas que estão no estado avançado da hanseníase e este treinamento vem numa boa hora e é muito importante para que possamos prestar melhor atendimento, um conhecimento a mais”, avaliou.

Com vinte anos de trabalho, a ACS Betânia Lima de Sousa, da área do Parque Alvorada I, observou que há muitos casos da doença diagnosticados em Imperatriz e os conhecimentos adquiridos no treinamento são importantes para melhor orientar a população. “A gente sempre tem algo novo a aprender”, arrematou.

A coordenadora da Vigilância em Saúde, Gisely Vieira, lembrou que o treinamento já vinha sendo pensando pelo departamento desde o ano passado por vários motivos, dentre eles, o fato de a hanseníase ser uma doença endêmica que, apesar do grande trabalho que vem sendo feito, surgem dezenas de casos novos todos os anos no Município.

“De um caso novo podem surgir mais quatro, cinco casos, dependendo da quantidade de pessoas que moram na mesma casa. Como os agentes comunitários de saúde e os agentes de endemias estão diretamente ligados às residências, então era importante este  treinamento ser levado para eles”, disse acrescentando que os agentes vão prestar orientações básicas e tirar dúvidas de moradores, sobre como identificar manchas suspeitas e encaminhar para os setores corretos.

Casos de hanseníase

Embora tenha havido uma queda no número de casos nos últimos anos, a incidência da hanseníase no Município de Imperatriz continua alta. Segundo Francisco Cutrim, Imperatriz continua como município superendemico. “Para ser Município endêmico nós precisaríamos ter cinco casos para um grupo de 10 mil habitantes, e já tivemos 23 casos, 32 casos e hoje estamos com 18 e 16 casos, mas ainda na hiperendemia”, finalizou Francisco Cutrim.

Saúde